quinta-feira, 15 de agosto de 2013



                         Roberto Moura


Lembro de Roberto Moura porque no Sindicato dos Bancários fui muitas vezes negociar espaço na TV para divulgar nossas lutas sindicais contra os governos de plantão do Acre.

Roberto era um capitalista nato.

Nasceu para ganhar dinheiro, mas nunca nos deixou na mão quando precisávamos de uma mãozinha na televisão.

Mesmo sabendo das poucas posses do Sindicato àquela época.

Sempre conseguíamos dar um jeito de aparecer na TV e no horário nobre, no jornal 'Gazeta em Manchete'.

As testemunhas estão todas aí: Aníbal Diniz (que foi editor), Edenilson, Washington Aquino, Angélica, Martins e outros que agora me fogem..

Conseguimos até comprar um espaço e criar o Programa 'Notícias Bancárias', que começava logo em seguida ao jornal da emissora.

Era um tempo diferente no Acre e o sindicalismo explodia aqui e no Brasil.

Roberto, mesmo aliado dos governos de plantão, ajudava a gente enfrentar o Palácio Rio Branco.

Como?

Quando o governador reclamava das denúncias do Sindicato dos Bancários, à aquela época o Sindicato era uma referência política no Estado, ele dizia que 'nem sabia' e que 'esse pessoal da TV deixa passar tudo'.

Tudo onda do Roberto Moura.

Depois encontrava com a gente na emissora (à época ele ainda tinha uma sala na TV) e dizia.

'Ontem vocês exageraram'.

O Acre perde um empresário competente, inovador, adiante do seu tempo.

Que soube transitar como ninguém em todos os governos do Acre desde Nabor Junior.

É. Roberto começou seu império (ele foi o Roberto Marinho acreano) no governo do Nabor.

De lá até aqui só cresceu.

Fez por onde.

Eu e Taboada tivemos muitas conversas com ele na TV.

Era a década de 80.

Flaviano Melo, no governo, nos deu muito trabalho.

E mesmo Roberto morrendo de amores por Flaviano ele não nos deixava sem espaço na sua TV.

De minha parte, e acho que de Sérgio Taboada também, só temos a agradecer Roberto Moura.

Que vá em paz para a eternidade.

2 comentários:

Sérgio Taboada disse...

Claro Brana, essa perda eu senti. Só vi agora, já que não tenho visto as notícias do Acre nos últimos meses, e fiquei surpreso e triste. O Roberto era daqueles que eu gostaria de reencontrar. Sempre com sorriso, conversa tranquila, com todos. Conosco do Sindicato dos Bancários foi da forma que vc escreveu. Ele nos ouvia, sugeria, e muito importante: discordava tranquilamente e até sorrindo, às vezes. Quando fui deputado, a mesma coisa. Era um mestre. Cavalheiro, gentil, com todos. Que pena! Mas a vida vai além do que imaginamos. Salve Roberto Moura. Rico? Empresário? Dono de TV? Acima de tudo acriano. Roberto nunca deixou de ter aquele espírito acriano da amizade, boa conversa e humildade. Que vá em paz!

Blog do Braña disse...

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