sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Deu Naluh...

20 votos a três, que decidiram apoiar outros nomes. A nova Conselheira do TCE é uma mulher que ajudou a mudar o Acre com a sua luta e determinação.

Ninguém pode negar.

Talvez isso deixe alguns possessos.

Não viu o discurso do deputado Moisés? Então pode ler:

Eu voto em Naluh Gouveia para o cargo de Conselheira do TCE
Eu voto porque o PC do B decidiu, o governador pediu
E não tem nenhum candidato melhor!

Eu voto assim porque eu sou um otário, eu não tenho opinião pessoal
Eu sou um cara atrasado, dinossauro, dono de uma velha ideologia
Inventei de nascer no seringal e crescer no bairro da Gia!

Eu voto em Naluh Gouveia porque ela foi uma deputada omissa
Nunca defendeu os mais pobres, sempre andou com os nobres
E nunca soube o que é uma greve!

Eu voto nessa mulher atrasada, corrompida pelo poder dos palácios
Medrosa frente a qualquer bacana, incompetente, ineficiente
Ausente da luta dos interesses do povo!

Eu voto em Naluh Gouveia porque ela não tem notório saber, inteligência
Ela não sabe o que é uma fraude, uma prestação de conta, uma nota fiscal
Ela não sabe sequer o que seja uma diligência!

Eu voto nela porque sou irresponsável, um zero a esquerda, um tonto
Eu não estou pronto como quer o notório saber, o economista, o cara
Que odeia engraxate, mascate, flanelinha, taxista!

Como estou arrependido, meu irmão, de votar nessa mulher, nesse traste
O que ela tinha que brigar com gente graúda, até magistrados
Por que ela não ficou calada, quietinha, comportada?

Agora essa confusão! Eu votando em Naluh e os eruditos, os inteligentes
Os doutos, os feras, os tudo sabem, os bacaninhas, os cheirosos
Os bam bam bam, me taxando de incauto!

Será que eu sou corrupto? Eu sou? Será que sou um leso? Eu sou?
Eu não prezo a lei, a moralidade, a democracia, a impessoalidade?
Eu tenho cérebro? Neurônio? Cerebelo? Gânglios? Chassi neural?

O que fizeram comigo? Quem terá me dado uma lavagem cerebral?
Votar em Naluh é coisa de doido, de gente que não sabe o que quer
Onde eu estou? O que é isso aqui? A casa do povo, uma praça?
Um barranco de rio, um manicômio, uma praia, o TCE?

Pro favor, me ajudem! Eu não sei o que quero! Eu não sei votar
Eu não entendo o que vocês estão falando, escrevendo, combinando
Eu sinceramente não entendo essa linguagem de doutor
Meu douto conhecimento, melhor, notório saber, é coisa de aldeia
Beira de rio, Matinta Perera, Batedor, Caipora, pajé
Por isso eu voto no notório saber dessa sindicalista, socialista, mulher!

Eu voto em você, Naluh! Um voto de greve, de rebeldia, de paixão pela vida
Eu voto em você mesmo que alguns se irritem, se contorçam, se babem
Eu voto em você porque a Assembléia quer!

Essa casa é do povo! Com seus erros, suas grandezas e sua misérias
O povo nos trouxe aqui, uns de carro, outros de canoa, aqui tem voto
Aqui não entrou ninguém perdido, ninguém constrangido, ninguém à toa!

Por isso, querida deputada Naluh Gouveia, meu voto é seu
Voto em nome dos povos indígenas, dos pajés, das donzelas
Dos curumins, do canto dos igarapés, do silêncio do orvalho!

Voto em você em nome de Tarauacá, Jordão, Assis Brasil, Brasiléia,
Feijó, Rodrigues Alves, Capixaba, Porto Acre, Cruzeiro do Sul
Acrelândia, Marechal Taumaturgo, Sena Madureira, Quinari
Epitaciolândia, Plácido de Castro, Mâncio Lima, Xapuri
Manoel Urbano, Porto Walter, Santa Rosa, Rio Branco, Bujari

Vai em paz, minha irmã! Aqui ficaremos, te resguardando, te protegendo
O que há são apenas alguns gritos, perdidos, medrosos, espremidos
Tu tens o gosto, a proteção, tu tens abertamente a maioria!

Que Deus te cuide! Os anjos que cerquem! Os santos te olhem!
E olhe, companheira, que essa é uma prece de um comunista!
Sorte!

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