terça-feira, 24 de julho de 2007

Diários Peruanos

As mulheres abrem caminho

Depois de Puerto Maldonado, que a gente pensa que já viu de tudo, é aí que comecamos a perceber o tamanho do desafio dessa geracao de políticos de Peru e do Acre para que o sonho da integracao física saia do papel.

A quantidade de máquinas nesses 1.150km - de Rio Branco a Cusco – é uma coisa impressionante.

Mas o que impressiona mesmo é a dedicacao dos trabalhadores do consórcio responsável pela obra, que dá um exemplo que no Brasil ainda nao se verifica: centenas de mulheres trabalhando numa rodovia completamente inóspita.

E o trabalho delas é abrir caminho para os que os veículos passem nos trechos onde as equipes de operários estao atuando. As mulheres peruanas só sao percebidas se voce prestar bem atencao. Com vestimentas para se proteger da poeira e do sol, elas seguram as placas de Siga e Pare. Quando os veículos passam delas se pode notar o gracejo de seus olhares, muito diferente das caras fechadas dos homens que estao com a parte mais pesada da obra.

No Peru as mulheres chamam aa atencao por sua dedicacao ao trabalho. E também por sua compreensao (no Brasil seria submissao). Perdidas nas centenas de lugarejos que passamos, elas sao o esteio e as principais responsáveis pela presevacao da familia peruana. Aceitam até que aas sextas-feiras os seus maridos possam sair para curtir o dia dedicado aos solteiros. Os homens casados viram solteiros no comeco dos fins de semana. Só as mulheres peruanas desses rincoes sao capazes disso.

Nosso carro, como já disse no texto anterior, é o coche-guia. Com um rádio, eu, de co-piloto do Ruben Ortiz, que falarei em outro Diários Peruanos com mais detalhes, vou ajudando o comboio no trajeto. Meu papel é repassar as informacoes de Ruben aos quatro carros que estao atrás de nós.

Mas dois carros nao possuem rádios instalados e entao posicionamos estes num local da fila onde um possa ajudar ao outro. Mas a gente vai se empolgando e finda tornando o servico de rádio numa alternativa para amenizar o estresse da viagem e da distancia. Sai de tudo na comunicacao, mas a prioridade é garantir a seguranca do comboio. Imagino o Badaró, da Difusora, nessa viagem.

O comboio comeca a subir as cordilheiras. E aí tudo pode acontecer. É a chamada (zona da morte)

PS: Algumas palavras estao sem acento e as crases repito as letras. Daqui que eu ache os atalhos nesse teclado peruano...desisto e envio o post assim mesmo. Depois corrigirei.

Nenhum comentário: