quinta-feira, 22 de março de 2007


O fotógrafo das tardes de domingo

Um dia, quando militava ativamente no PCdoB, nas décadas de 80 e 90, durante uma reunião na velha sede, ali, na Rua Rio Grande do Sul.....

[atenção, comunas, a velha sede volta a ser do partido, decisão da justiça, e o projeto é construir uma nova, de dois pisos, me disse o deputado Edvaldo Magalhães]

.....apareceu, vindo de Sampa, um baixinho como yo, calvo, menos que yo, chamado Ronald Freitas.

Ficamos naquela reunião interminável que entrou pela noite. Minha memória, sempre muito boa para coisas antigas, fez-me imaginar que já tinha visto aquele rosto e aquele jeito em algum lugar.

Antes de a reunião acabar, com essa mania de repórter bisbilhoteiro, fui perguntar:

-Escuta, Ronald, eu já o vi em algum lugar aqui no Acre....

-Viu não – disse ele.

Insisti até ele resolver contar a história, quando já estávamos fora da sede do partido.

Contou que veio para o Acre, Rio Branco, e daqui mudou-se para Extrema, para ser agricultor e ajudar a os camponeses a se organizar.

Depois, como repetiu hoje na Assembléia, voltou para a capital e foi ser fotógrafo.

Tinha os equipamentos e juntou-se ao Foto Ceará, do velho e conhecido da época, fotógrafo Ceará.

Quando era menino, chegando à adolescência – ‘na ponte aérea Sena-Rio Branco’ - vivia na Praça Plácido de Castro, hoje Pça da Revolução.

A casa da minha vó Beatriz até hoje fica ali perto, entre a Miragina e o muro da Dona Alegria, na ruazinha que liga a avenida Ceará à rua Rui Barbosa.

E via aquela dezena de lambe-lambe fazendo a alegria dos casais e das crianças. Ronald Freitas era um deles.

Hoje ele se revelou oficialmente para o Acre. Foi condecorado Cidadão Acreano.

Merecidamente.

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